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“(…) é possível valorizar a idoneidade de uma planta antes da sua execução. Assim, por exemplo, circuitos de circulação breves, mas intrincados ocasionam desgaste de energia física […], os cruzamentos de circulação impossibilitam o desenvolvimento simultâneo e sem interferências das principais atividades que são realizadas na habitação: cozinhar, dormir, lavar, trabalhar -descansar. Os espaços de comunicação muito grandes e os corredores muito largos que derivam de uma distribuição desfavorável da planta provocam um aumento da superfície.”
(Klein, p. 33) [1]
No período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, houve necessidade de construir em grande escala e o mais rapidamente possível. A habitação tinha de atingir a máxima eficiência – Klein fez um estudo exaustivo sobre como atingir as dimensões mínimas para o bom funcionamento de cada espaço. A sua metodologia foi apresentada pela primeira vez em Paris, em 1928, e no ano seguinte no 2º CIAM, em Frankfurt. Em 1930, o governo do Reich decidiu financiar a construção de habitações e estabeleceu que a área de cada unidade habitacional deveria situar-se entre os 32 e os 45 m².
A seguir é apresentado um exemplo de como uma unidade residencial foi avaliada. Os modelos da Figura 1 apresentam plantas de unidades habitacionais comuns, com 3 e 3 ½ quartos. Ao nível funcional, contêm os seguintes erros, segundo Klein:
– no primeiro plano, os espaços não estão agrupados de acordo com as suas funções: não existe uma ligação clara entre a casa de banho e os quartos – as duas funções que constituem a parte nocturna não estão juntas. A colocação inadequada do quarto cria percursos que se cruzam quando deveriam ser independentes.
– em segundo plano, novamente, o agrupamento dos espaços não é bom; não aderem à separação entre espaços diurnos, por um lado, e espaços noturnos, por outro; a casa de banho não está próxima dos quartos, o que significa um cruzamento de percursos entre o fuso noturno e o diurno.
Figura 1 – Alexander Klein – planos que contêm erros a nível funcional, segundo Klein
Os dois modelos da Figura 2 correspondem às correções de Klein aos modelos apresentados na Figura 1
Figura 2 – Alexander Klein – avaliação funcional dos planos acima apresentados.
Na primeira planta (Figura 2, lado esquerdo), Klein divide a casa em duas zonas: uma zona diurna (com sala e cozinha) e uma zona noturna (com quartos e casa de banho). A sala e o hall de entrada formam um espaço único, podendo ser separados por cortina ou porta de vidro. O hall marca a separação entre as duas zonas e, a partir dele, ambas podem ser alcançadas de forma independente. Não existe interseção de percursos entre o fuso diurno e o fuso noturno. Há uma área de cozinha mais pequena e uma área de estar maior. As camas são colocadas na parte mais interior dos quartos, ou seja, a parte mais silenciosa. O mobiliário é concentrado, sem peças soltas. As instalações sanitárias são reduzidas ao menor tamanho possível, contendo apenas lavatório, sanita e banheira.
A segunda planta (Figura 2, lado direito) corresponde a um refinamento da primeira através da análise gráfica – altera a disposição do mobiliário do quarto principal; cria uma ligação direta entre o quarto principal e a zona de refeições.
Klein separa o interior da casa de acordo com os seguintes binómios: cozinhar/comer; cuidados com o sono/corpo; lazer/descanso. In addition to this, he adopts a division of the house into two more general parts: the private/night-time part (formed of the bedrooms and bathrooms) and the more public/daytime part (formed of the living room, dining room and cozinha).
Klein analisa a funcionalidade do domicílio através de gráficos para estudar várias relações, sendo a mais importante a que analisa os diferentes percursos e intersecções que o morador pode fazer dentro da casa.
Nas Figuras 3a e 3b, Klein mostra os problemas funcionais da unidade em questão – critica o facto de as rotas dos binómios se cruzarem.
As figuras 3c e 3d mostram um desenho correcto dos percursos, ou seja, a disposição das funções dentro da casa, em que os binómios não se cruzam: da entrada pode-se ir directamente quer para a zona quarto+casa de banho – dormir/ corpo binómio cuidado – ou para a zona da cozinha – binómio cozinhar/comer – ou ainda para a sala – binómio descanso/lazer.
Figura 3a – exemplo de uma unidade habitacional incorrecta a nível organizacional/funcional – os percursos nocturnos cruzam-se com os percursos diurnos.
Figura 3b – exemplo de uma unidade habitacional incorrecta a nível organizacional/funcional – os percursos nocturnos cruzam-se com os percursos diurnos.
Figura 3c – exemplo de uma unidade habitacional correcta a nível organizacional/funcional – os percursos nocturnos não se cruzam com os percursos diurnos.
Figura 3d – exemplo de uma unidade habitacional correcta a nível organizacional/funcional – os percursos nocturnos não se cruzam com os percursos diurnos.
Alexander Klein – análise dos percursos e cruzamentos dentro do domicílio pelo método gráfico (vermelho = percursos diurnos / azul = percursos nocturnos).
Há uma nova leitura do espaço habitacional: se este deve ser reduzido às menores dimensões possíveis, Klein acredita que deve haver a máxima funcionalidade, tanto no interior de cada divisão como na relação entre divisões.
Figura 4 – Alexander Klein – divisão da casa em duas zonas – diurna (cinza) e noturna (azul).
Estes binómios redefinem a arquitectura da unidade residencial: o interior doméstico passa a ser organizado em ‘bolsões’ (cada bolso corresponde a um binómio) independentes entre si, cujos percursos não devem cruzar-se. A casa está dividida em duas partes: o fuso diurno (que contém a cozinha, zona de jantar e sala de estar) e o fuso nocturno (que contém os quartos e casa de banho). Tudo reduzido ao mínimo, quer em termos de espaço, quer de circulação. Consequentemente, existe uma possibilidade limitada e diminuída de o ocupante se apropriar do espaço.
A metodologia de Klein foi a sua resposta à enorme e imediata necessidade de construção. Mas ainda hoje estas regras continuam a existir na maior parte da arquitectura de habitação colectiva: a qualidade da habitação é tida como sinónimo de funcionalidade.
Enquanto arquitetos, reflitamos sobre a forma como estamos a projetar o uso espacial da unidade habitacional.
[1] «(…) é possível avaliar a adequação de um plano antes da sua execução. Desta forma, por exemplo, pequenos mas intrincados espaços de circulação conduzem a um desperdício de energias físicas (…), o cruzamento de vias de circulação impossibilita a realização, em simultâneo e sem interferências, das principais actividades da casa: cozinhar-comer; lavar roupa para dormir; trabalhando-descansando. Espaços de circulação muito grandes e corredores muito longos, resultantes de uma disposição desfavorável na planta, levam a um aumento de área.»
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