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Easy Living

Por Inês Moura, Partner e Diretora Criativa S+A Design de Interiores

Depois de estudar Arquitectura, comecei a minha vida profissional totalmente envolvida na ideia de que o desenho de um espaço por si só bastava. A moldagem da luz, os cheios e vazios, os negativos, o esmagamento de um teto ou elevação de uma estrutura, o direcionar do olhar e os percursos que se adivinham pelos sentidos – era o que bastava para um espaço se fechar e só nesse ideal se conseguir habitar.

Mais tarde perguntei-me onde fica a fronteira do desenho que cose os diferentes elementos de um espaço, que dão ao homem conforto naquele intervalo entre limites.

As linhas sedutoras do Design de Interiores ligam-se profundamente à disciplina de Arquitetura. Vejo-as como um risco que passa de uma mão continuamente para a outra. Como dois braços de um mesmo do corpo.

Começamos por receber uma intenção, conhecer o lugar a ser interpretado e modificado, estudar a cultura onde se insere, os materiais caraterísticos da zona, como se sentam as pessoas, como gostam de comer, os hábitos e onde estes se promovem, para depois podermos pensar como se acrescenta ali um novo elemento para além de todos os que já o caraterizavam antes. É neste momento que a Arquitetura e o ID têm de ser cúmplices, para que um e outro, juntos, se relacionem de forma perfeita.

Lembro-me de conhecer o trabalho do Alvar Aalto, e de ver a liberdade com que projetava formas orgânicas e materiais naturais – muitos pormenores que me remetiam para uma Arquitetura mais elevada e confortável, capaz de nos envolver e transportar para memórias de bem-estar antigas. A Casa Aalto, a Casa Muuratsalo ou o Estúdio Aalto, são projetos de um homem que claramente pensou a forma como queria viver, passar o seu tempo, como trabalharia de forma ideal ou se sentaria à janela, em que banco, com que tecido, com que grau de conforto e detalhe.

A novidade impressa no seu desenho, juntamente com uma consciente noção de como gostaria de estar, permitiu desenvolver projetos completos que foram da Arquitetura ao desenho de mobiliário, onde a história da sua vida ficou marcadamente vincada.

A história pode ser o ponto de partida para a passagem da Arquitetura ao ID. Como vamos transformar um argumento em espaço habitado? E como vamos promover nas pessoas que o vão experimentar, uma emoção forte o suficiente que suscite nelas o impulso da partilha?

O meu primeiro trabalho no curso de Arquitectura foi representar em maqueta um deserto, um glaciar ou uma floresta. Depois de pensar, escolhi a floresta e fui para casa fazer árvores com copas de esferovite que pintei de verde e troncos com palitos espetados em mais esferovite ainda mais verde. Quando cheguei à aula, o professor olhou para as minhas árvores e perguntou porque tinham aquela cor. Porque é que tentava representar num suporte irreal uma imagem que se parecesse o mais possível com o real, quando na verdade não se parecia nada? Perguntou-me depois como representaria num desenho um comboio. E eu pensei na imagem parada desse veículo, quando me interrompeu e disse que raramente o vemos parado, que um comboio é movimento, é deslocação de ar, é velocidade, é som, é um risco rápido e forte, tal como uma árvore é um elemento permeável de luz que se move, cheia de braços interligados que se movimentam de formas diferentes atravessada pelo vento, que dá sombra, que protege.

É através da interpretação do que pode ser um elemento, em vez do próprio elemento, que encontramos a possibilidade de criar um projecto com interesse, que acrescente valor ao existente em vez de ser somente um conjunto desalmado de objectos indiferenciados que colocados num espaço o “decoram”.

Só através de uma grande capacidade de interpretação sensível e um vasto conhecimento, podemos chegar ao que pode ser um espaço escultural e poético. É importante fugir do descartável e procurar a substância através da história e do desafio de pensar o futuro, Encontrar num objeto a carga do tempo e a perenidade da forma. Veja-se o exemplo de uma pia em pedra numa sala de restauração pública, usada por muito tempo como um elemento fundamental e extremamente funcional. Ela pode ser “recuperada” e introduzida hoje de novo num espaço, com a mesma função, mas com a sua importância posta de novo no lugar certo. Na aparente simplicidade do desenho de um balcão, encontramos a riqueza implícita nos pormenores necessários para que funcione, como ter um rodapé robusto para quando os pés de quem se senta não o marque, ter a altura correta para se comer confortável, o boleado suave das formas do tampo que não magoam o braço pousado ou a alheta que recolhe uma bebida entornada. Todos os pormenores formam um conjunto de materiais e diferentes planos, que depois o agarram ao pavimento e o ligam através desse rodapé que corre pela sala, alinhando as alturas que o compõem.

Qualquer que seja o elemento que se desenhe, o objeto que se pense, a cor que se escolha, a textura que se crie, terá de fazer parte de um fio condutor que nos faça a ligação entre cada entidade e crie um principio, um meio e um fim, intimamente articulados, onde tudo é intencional.

Quero continuar a olhar para o mundo e ver os elementos que o compõem, para os reinterpretar, de maneira a continuarem a desempenhar a sua função através de uma linguagem mais ligada ao presente, sem se perder o passado. Poder desenhar o futuro a partir daí, surpreendendo. Explorar os novos territórios, fazer experiências subversivas, gerar explosões emocionais. Olhar para o Homem e observá-lo. Criar lugares onde lhe seja concedido o Belo através da composição entre esses dois mundos que representam, no fundo, um só.

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