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“Três são os elementos abstratos que pode haver em qualquer arte, e que podem portanto nela sobressair: a ordenação lógica do todo em suas partes, o conhecimento objetivo da matéria que ela informa, e a excedência nela de um pensamento abstrato.”
O “Conceito” Arquitetónico terá seguramente uma infinidade de definições, leituras e interpretações; não se trata de um termo exacto, pois será sempre uma visão pessoal. Pode ser uma ideia base ou pode ser uma conjugação de várias ideias; não existem fórmulas nem algoritmos matemáticos para a sua gestação; é inerente ao processo de um projeto e ao pensamento arquitetónico.
Sendo essencialmente uma ferramenta de projeto, pode converter-se também numa forma de comunicar, de partilhar a visão do projeto. Nesse momento de comunicação é comum procurar sintetizar a complexidade em uma, duas ou três linhas simples, depuradas, facilmente percetíveis pelo interlocutor, sem dúvida um ponto importante, crítico, em que o simplismo espreita e a contenção é boa conselheira.
O conceito e a sua explicação são patamares diferentes, com papéis muito diferentes – ferramenta, por um lado, por outro comunicação. No final estará a obra, o seu impacto, a sua integração; a sua vivência confirmará a bondade do conceito e a sua capacidade de transformação em realidade.
Por lidar com variáveis de diferentes origens, na realidade poderá estar na sua polaridade inerente alguma clarificação – por um lado a informação pragmática, programática, local, tipológica, científica e de conhecimento; por outro a leitura abstrata, sensível, poética e intuitiva.
Apesar do “Conceito” Arquitetónico se constituir como elemento central no desenvolvimento de um projeto, na definição clara da intenção Arquitetónica e do seu ADN, adquire também um elevado valor na partilha interna e desenvolvimento do projeto, quer posteriormente na apresentação e exposição da solução.
O “Conceito” materializa-se e constitui para a S+A uma fase embrionária do projeto. Poderá aproximar-se, em alguns aspetos, do estudo prévio, com um alcance muito maior e determinante que acompanhará o projeto nas diversas fases, até à sua edificação e vivência como objetivo primordial.
Esta fase seminal de projeto, que nomeamos de “Estudo Conceptual”, é constituída de forma variável por peças gráficas, escritas, esquemas e elementos de análise, mas também simulações volumétricas e tridimensionais. É apresentado formalmente ao cliente, constituindo um poderoso veículo sinérgico e de exposição, onde se afirma o ADN que irá acompanhar todo o projeto.
Este “Estudo Conceptual” conjuga em si um amplo espectro de conhecimento, análise e reflexão, balançando entre a mais pura racionalidade e um apelo constante à sensibilidade e intuição; a procura intensa de uma proposta arquitetónica, funcional, adequada, integrada, mas também entusiasmante e inovadora.
O desenho como ferramenta de procura conceptual associa-se à experimentação volumétrica. São elaborados para cada projeto diversos modelos de estudo, maquetes físicas e modelos 3D que se acompanham de discussão e debate interno, até ser atingida a solução considerada certa. São desenvolvidas com frequência duas ou três soluções volumétricas para a mesma ideia conceptual, partilhadas com o cliente, alargando a discussão e a participação ativa, normalmente muito consequente e galvanizadora.
Nesta fase de estudo Conceptual, a integração no território, a funcionalidade, forma, materialidade e características construtivas são já apresentadas com forte ênfase na “Imagem” ou materialização do conceito. É algo que para nós, arquitetos, é fundamental e intrínseco ao processo arquitetónico, sem ser abordada como um “vestido” autónomo sobre um corpo funcional, mas uma componente intrínseca e ligada ao todo, a ligação do todo e da parte.
O Estudo Conceptual, aparentemente livre das inúmeras “amarras” técnicas que envolvem a criação Arquitetónica, com os “inputs” de mais de 10 especialidades, diferentes regulamentos vinculativos, diversas ferramentas de gestão territorial com os seus balizamentos nem sempre coerentes ao longo do território, reflete na realidade um aprofundado estudo das condicionantes programáticas e regulamentares, com especial foco nos regulamentos municipais.
Às diversas tipologias arquitetónicas e de projeto desenvolvidas pela S+A, desde o planeamento Urbano até ao edificado, com uma grande diversidade de escalas e teores, podendo ser conjuntos residenciais, escritórios, espaços comerciais, centros de congressos, hotéis, escolas, espaços industriais, edifícios públicos, etc., corresponderá um Estudo Conceptual, correspondendo às suas características e a uma mobilização das equipas especializadas para cada tema.
O desenho arquitetónico, o dimensionamento e a ocupação do espaço em edifícios com fins diversos obedece a pré-requisitos determinantes para o seu sucesso. Nesta fase inicial de Estudo Conceptual, os rácios por utilizador nas diversas tipologias arquitetónicas, as malhas de composição ou a localização dos pontos fixos, e a identificação dos módulos de repetição, o pré-dimensionamento planimétrico e altimétrico são elementos tão essenciais como determinantes, e quando certos, persistentes até à plena utilização e fruição arquitetónica.
A evolução no trabalho de projeto e desenho em atelier tem sofrido grandes transformações, associadas sobretudo às tecnologias informáticas e ferramentas digitais, refletindo-se, como é natural, no processo criativo e conceptual, bem como de produção arquitetónica.
Curiosamente os trabalhos agora desenvolvidos em computador iniciam-se sem escala; o zoom no monitor deforma constantemente a dimensão da vista e, consequentemente, a escala, contrariamente à permanência desta no desenho físico no estirador, objeto quase arqueológico nos ateliers atuais.
Este processo virtual de desenho e modelação volumétrica constitui um paradigma diferente, mais próximo do real nuns aspetos, mais afastado noutros, como na noção de escala já referida, ou nas simulações da realidade, por vezes mais perfeitas do que esta.
A importância da obra real, da matéria, do espaço, da luz e da vivência deverá encontrar nas prévias representações de origem digital, ultra-realistas, uma ferramenta de fidelidade e transitória, não constituindo perversamente o objeto em si. A representação da realidade parece, por vezes, ser mais valorizada que a própria realidade.
O que há 30 anos era produzido essencialmente à mão, sobre papel num estirador, exigindo qualidades muito especificas, em que a representação, para além das plantas, cortes e alçados, poderia integrar perspetivas rigorosas ou à mão levantada, é hoje em dia também trabalhado através de meios informáticos. Hoje a produção, e mesmo a fase conceptual, está apoiada no digital; a representação virtual realista está acessível e é uma ferramenta tornada imprescindível. As competências técnicas exigidas são necessariamente outras, e os atores também.
Poderemos considerar que o melhor estudo conceptual será aquele que, para além de fundir e materializar o pensamento abstrato com a vasta informação técnica, consegue estruturar e adaptar-se ao desenvolvimento do projeto, preservando o seu ADN, a sua linha conceptual, até à plena vivência da obra. Desta polaridade nasce seguramente algo, que ousamos chamar de Conceito.
A exemplificação do Conceito Arquitetónico em 3 Projectos
Analisamos seguidamente três abordagens arquitetónicas singulares e conceptualmente muito diferenciadas, 3 locais, 3 programas e um trajeto de intensidade utópica muito diversa.
Trata-se de uma Torre Memorial em Astana (Cazaquistão), do Pavilhão de Portugal na Expo Dubai e da Torre Infinity, em Lisboa.
A Torre de Astana, com 330m de altura, nasce de um concurso estatal de âmbito internacional para um monumento simbólico da independência do Cazaquistão, integrando um vasto Museu com a história do país desde a sua fundação. Previa-se ainda a possibilidade de mais tarde poder ser associada ao monumento a função tumular para o então presidente, hipótese que também deveria ser considerada.
A nossa proposta nasce da leitura do local, por sinal extraordinário, numa ilha existente na bifurcação do rio Ishim, definindo uma axialidade incontornável, mas também da vontade de criação de um Icon singular e de forte identidade. A forma nasce do esquisso, uma imensa torre nasce gradualmente do solo da ilha convergindo afuniladamente para o céu, tocando-o e culminando num ponto ínfimo, como se se prolongasse indefinidamente – a ideia enfática da ligação da terra com o céu.
A sua textura exterior, formando uma malha lusangolar, nasce da interpretação das estruturas de suporte das residências nómadas tradicionais, o “Samruk”, um dos mais fortes símbolos do país.
O seu interior, em subsolo sob a torre, integrava, para além da área museológica, uma ampla e cenográfica rampa em espiral, percorrendo o interior convergente da torre até um miradouro panorâmico sobre a cidade de Astana.
O Pavilhão de Portugal na Expo Dubai 2020 trata-se de uma construção efémera, um prazo de existência limitado a 1 ano, estendido a 2 pela situação pandémica da COVID-19.
A ideia da caravela nasce do tema da conexão de Portugal com o mundo, e o seu veículo mais simbólico, uma interpretação estilizada, decifrável no recorte e verticalidade das “velas”, e no plano horizontal do “casco”. A flutuação de todo o volume afirma um duplo sentido, a constituição de uma ampla praça coberta, espaço de estar, de abrigo ao sol, de encontro e partilha cultural, como se veio a verificar, mas também o flutuar como a eminência do movimento, da partida da descoberta.
O carácter efémero da obra permitiu a utilização de materiais leves e um sistema construtivo ligeiro em estrutura metálica, facilitando a criação de amplos vãos e consolas, acentuando a ideia de massa opaca levitante que se pretendeu imprimir.
A Torre Infinity, em Lisboa, responde conceptualmente ao território e ao local específico em que se insere. A panorâmica de 360 graus sobre Lisboa, Tejo e Monsanto, e as características de ampla visibilidade inerentes à altura da torre, foram fundamentais no seu desenvolvimento arquitetónico.
A ideia de um alçado contínuo, sem interrupções, “infinito”, foi determinante. Procurou-se um recorte volumétrico que permitisse a maximização de vistas e de superfície de exposição solar. Contrariou-se a visão tradicional de alçado principal, laterais e de tardoz; na Infinity são todos principais e não existem empenas hierarquizadas ou secundárias.
As arestas foram abolidas, substituídas por superfícies boleadas, reforçando a ideia de plano contínuo e infinito, totalmente aberto à paisagem.
A sua configuração em “Y” permitiu, de facto, uma maximização da superfície em contacto com o exterior e a concentração dos núcleos de circulação vertical no “core” do volume, permitindo grande versatilidade na ocupação tipológica e sua variação ao longo dos pisos.
Foi dada especial atenção e estudo de composição às variações volumétricas imprimidas pelos recuos de fachada nas áreas dos duplexes existentes em alturas diferentes nos 3 braços da torre, tal como no remate superior, fragmentação das coberturas e na massa correspondente à piscina panorâmica.
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