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Está nas agendas política, social e económica a questão da sustentabilidade. Mas quando falamos de sustentabilidade estamos a falar do quê? Das alterações climáticas? Da redução de emissões? Do incremento da biodiversidade?
Na verdade, deveríamos estar a considerar tudo isto e muito mais, dado que o mais importante é discutir o tema da sustentabilidade em toda a sua amplitude, evitando transmitir mensagens erradas, sustentadas em visões parciais e que não nos colocam no verdadeiro cerne da questão – a continuidade do ser humano no nosso planeta.
David Attenborough, conhecido naturalista britânico, no seu mais recente livro, Uma vida no nosso planeta, refere números que são sinais de uma profunda alteração das condições gerais de vida na Terra: em cerca de 80 anos as áreas naturais reduziram o espaço que ocupavam de 2/3 para cerca de 1/3 e a população humana triplicou no mesmo período. Estes dois exemplos colocam no topo das nossas preocupações o modo como utilizamos o território, de modo a evitar um colapso geral na capacidade de renovação dos recursos naturais, e no modo como temos que acomodar o crescimento populacional.
Os arquitetos são um elemento com responsabilidade nestas equações, dado que na sua atividade profissional intervêm em áreas que interferem com os parâmetros centrais da sustentabilidade, como sejam as áreas do ordenamento dos usos do território, os projetos de desenho urbano ou do edificado. Nestas intervenções colocamos a imaginação ao serviço de um desenvolvimento, que tem que apontar para um mundo sustentável, considerando neste conceito a maior amplitude possível.
No mercado imobiliário o que podemos constatar é que muitos dos operadores já incorporam nas suas opções de investimento muitas matérias associadas ao tema da sustentabilidade, nomeadamente a certificação da construção, a incorporação de soluções de produção de energia renovável, ou mesmo vastas opções de materiais certificados na fileira “verde”.
Tudo isto é muito positivo e a arquitetura tem estado a responder a estes desafios.
Mas, uma leitura dos indicadores da sustentabilidade aponta para que este caminho não basta para se assegurar que a utilização que fazemos hoje dos recursos naturais não comprometa a satisfação das necessidades das gerações futuras.
A criação do espaço construído, edifícios, espaços públicos ou espaços urbanos, enquanto suportes físicos da atividade humana, é um elemento central na promoção de estilos de vidas sustentáveis. Importa por isso passar do real para o imaginário.
Para se alcançar um mundo sustentável não basta estar focado na certificação energética, ou da construção, altamente positivo como referimos.
É preciso mostrar que são necessárias mudanças nos estilos de vida e podemos, e devemos utilizar a arquitetura, o design, a engenharia, para tornar mais fácil optar pela opção sustentável.
O tipo de construção, de espaço público ou de espaço urbano, que projetamos e construímos, será um espaço futuro de desenvolvimento de comunidade, de famílias, de liberdade e de estilos de vida. Aqui está uma oportunidade de imaginar a sustentabilidade.
Temos que passar do real, para tornar real o imaginário, um mundo sustentável, levando obviamente o que já fazemos bem.
É preciso projetar espaços urbanos, espaços públicos e edifícios, altamente qualificados, com tecnologias e elementos mais saudáveis, espaços verdes e equipamentos públicos, que facilitem uma escolha fácil da opção sustentável.
Apontamos em seguida algumas áreas que podem contribuir para a mudança de paradigma.
O incremento da reabilitação urbana, para assegurar que aproveitamos tudo o que existe e está infraestruturado, sem medos de demolir para qualificar, evitando consumir novos solos, é uma das áreas que é imperativo continuar a impulsionar.
Dado o aumento da população em geral é necessário promover habitação acessível nas cidades, que reduza as necessidades de mobilidade, torne mais flexível a mudança de casa, assegure qualidade de vida no dia-a-dia, numa oferta devidamente articulada com a dinâmica de mercado. Importa também investir nos espaços públicos, culturais, escolares, para que convidem à qualificação e ao desenvolvimento pessoal e comunitário e, sem dúvida, utilizar o design como instrumento cultural e de inclusão.
No projeto e construção dos novos espaços devemos incluir um conjunto de temas centrais na mudança necessária, nomeadamente a redução de consumos – água e energia, redução de emissões, mas também equacionar na sua conceção a flexibilidade de utilização, ou seja, espaços que possam facilmente mudar de uso, promover uma construção mais rápida, com menos resíduos, menos energia incorporada e materiais sem toxicidade, assegurar igualmente uma maior durabilidade da construção, com menos necessidades de manutenção.
Estes aspetos convidam a uma maior qualificação técnica das indústrias da promoção imobiliária e da construção e nalguns aspetos uma profunda mudança no modo de fazer.
A mudança que temos vindo a assistir do promotor-vendedor, para o promotor que arrenda, levou a uma preocupação com o ciclo de vida do edifício e as perspetivas possíveis para todo o tipo de redução de custos, quer pelo aumento da durabilidade de alguns dos elementos da construção, quer pelo investimento em sistemas mais eficientes e robustos, sem esquecer a incorporação de sistemas de produção de energia renovável.
Não obstante estas mudanças, as escolhas que cada um de nós faz individualmente, ainda não está, na quase totalidade dos casos, impulsionada por escolhas sustentáveis.
As mudanças são difíceis e têm que ser incentivadas.
Parece-me por isso importante passar a uma oferta generalizada de uma “hipoteca verde”. O financiamento direto ao consumidor final. Só ele, cada um de nós, poderá escolher alterar o seu estilo de vida. O financiamento das energias renováveis é bom exemplo. Colocar o estímulo onde ele pode ter mais efeito, porque não basta ter edifícios certificados, é preciso tornar essa certificação acessível, generalizada, para que quem os pode habitar opte por essa mudança. E se de facto, o edifício é mais sustentável, mais durável, mais eficiente, porque é que não é valorizado no seu financiamento?
Também seria um bom sinal proporcionar incentivos fiscais para materiais de construção sustentáveis, como por exemplo sem não tóxicos, integrados na economia circular, com certificações tipo FSC. Se são melhores para o planeta, para as pessoas, porque não têm IVA reduzido?
O anunciado Plano de Recuperação e Resiliência seria um bom instrumento para iniciar o impulsionar o financiamento individual, para tornar as melhores escolhas acessíveis, para divulgar o bem fazer.
Aos arquitetos cabe projetar com beleza, elegância e robustez. Mas importa que os edifícios, os espaços urbanos e os espaços públicos que imaginamos, proporcionem uma mudança fácil, informada e decisiva para estilos de vida sustentáveis.
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