Introdução
O projeto de reabilitação secular, situado na zona mais nobre da capital portuguesa, sofreu uma extensa reformulação. Os constituintes arquitetónicos, patrimoniais e artísticos constituiram uma mais-valia na solução desenvolvida, emprestando um charme especial à traça antiga da fachada, toda ela revestida por azulejos classificados, estendendo-se em qualidade e bom gosto a diversos outros espaços do edificado. Com vista a albergar o novo programa tipológico, a proposta centra-se na transformação e adaptação dos pisos para acolher 13 fogos, um deles em duplex. A reabilitação do edifício devolveu aos espaços a sua funcionalidade original, combinando eficazmente as prevalências antigas com um design funcional e contemporâneo.
Na senda da reabilitação urbana que tem vindo a transformar a cidade de Lisboa, colocando-a ao nível de uma das mais badaladas capitais europeias, capaz de atrair investimento à escala global, a intervenção na Duque de Palmela contribuiu de modo feliz e consistente para regenerar mais um fragmento abandonado da cidade, devolvendo-lhe o melhor da sua memória arquitetónica. Quer pela fachada – e revitalização do património azulejar portuguêstão típico e admirado – quer pelo átrio de entrada, que reproduz na íntegra o átrio original com recurso a moldes da pré-existência, logrou-se um resultado que se destaca na paisagem urbana, dignificando-a.