Para adicionar um elemento de eterealidade e movimento ao edifício, incorporámos um sistema de fachada onde os vãos são aparentes fendas profundas que proporcionam a necessária protecção luminosa das janelas ao mesmo tempo que criam uma textura aparente quebrada através da qual se torna difícil identificar as janelas. e os pavimentos, desmaterializando assim a leitura vertical da massa construída. A solução estrutural proposta pretende alcançar um conjunto regular e ortogonal de pilares de betão armado, complementado com um conjunto de núcleos de betão armado em redor das escadas e elevadores.

No desenvolvimento conceptual do edifício procurámos criar um elemento de ligação de grande resistência que parece envolver e conter os corpos mas que simultaneamente proporciona uma sensação de força e segurança em todos os níveis superiores, mas que, ao nível da circulação pedonal, fragmenta o sentido e cria um efeito visual que lhe confere uma dimensão muito mais doméstica e humana do que uma solução convencional, conferindo ao edifício um carácter diversificado e não monolítico. A baixa volumetria que apresenta, aliada ao tratamento da fachada e à disposição paisagística do hospital, permitiu minimizar o impacto visual que normalmente este tipo de construção tem e contribuir de forma eficiente para a sua correta colocação e integração na envolvente. A base da imagem aplicada nesta intervenção é a premissa da ideia de criação de uma visão global, determinando uma linguagem arquitetónica contemporânea, que está presente tanto nas soluções formais propostas como na sua materialização.